Especial Record de Literatura: Uns braços

A REDE RECORD inspirada no sucesso de seu Especial de Fim de Ano: 200 anos de História - em referência ao bi centenário de morte de Machado de Assis e de nascimento de Guimarães Rosa, no qual narrou dois contos adaptados de obras desses dois autores - apresenta um novo projeto de cunho cultural afim de promover mais uma obra de Machado de Assis. Vem aí, Uns Braços. No elenco estão Celso Frateschi como o solicitador Borges, Ana Petta como Dona Severina e Antonio Moraes como o jovem Inácio. Atores com vasta experiência em teatro e com o texto de Machado. Direção e roteiro: Adolfo Rosenthal

Uns Braços figura na lista dos 100 melhores contos brasileiros e certamente na lista dos melhores contos de todos os tempos. É literalmente um clássico

O Especial, que vai ao ar no dia 28 de dezembro, 00h15, narra de forma intimista, o romance velado entre o adolescente Inácio e D. Severina, casada como Solicitador Borges.

O Especial é o resultado de uma co-produção entre a REDE RECORD e a CONTÉM CONTEÚDO, responsável pela produção do Especial de Machado "Os Óculos de Pedro Antão", exibido em 2008. O roteiro e a direção são de Adolfo Rosenthal e a produção de Aguinaldo de Fiori Filho.

A adaptação é muito fiel ao conto e preserva o texto do narrador da história. Desta forma, o telespectador penetra na subjetividade do romance velado dos personagens, Inácio e Dona Severina e ainda desfrutam da genialidade da literatura Machadiana. O lirismo e a poesia do texto conduzem uma história que resgata o amor romântico de outros tempos.

CELSO FRATESCHI interpreta o solicitador Borges, ANA PETTA, Dona Severina e ANTONIO MORAES, o jovem Inácio. Atores com vasta experiência em teatro e com o texto de Machado.

O Especial terá 45 minutos de duração com tratamento cinematográfico e locações no Rio de Janeiro (Centro da cidade e Ilha de Paquetá) e na cidade de Santana do Parnaíba (SP), que preserva diversos casarões da época.

Equipe de produção

ROTEIRO: Adolfo Rosenthal, colaboração Wilson Rocha

DIREÇÃO: Adolfo Rosenthal

PRODUÇÃO EXECUTIVA: Aguinaldo De Fiori Filho

DIREÇÃO DE PRODUÇÃO: Fabio De Fiori

DIREÇÃO DE ARTE: Oswaldo Lioi

DIRETOR DE FOTOGRAFIA: Bruno Tiezzi

TRILHA SONORA: Rodrigo Lessa

SINOPSE:

Uma mulher casada se apaixona por um jovem e, com um beijo, revela seus mais íntimos desejos. Inácio, quinze anos, bonito e inculto, mora na casa de Borges, para quem trabalha como aprendiz. Vive obcecado a observar os braços da patroa, Dona Severina, que os deixa descobertos propositalmente.

Dona Severina depois de haver tratado o rapaz com indiferença, percebe que é amada por ele e passa a tratá-lo com carinho e doçura. A história se desenrola de forma velada e sutil até que num domingo, Inácio deita-se cansado na rede e dorme sonhando com Dona Severina e ela, aproveitando que seu marido saiu, vai até o quarto do rapaz e, beija-lhe enquanto ele dorme. Borges retorna e no outro final de semana despede o rapaz. Inácio saiu sem entender por que estava sendo despedido, e carrega na sua memória apenas o sonho de um beijo que acontecera realmente.

Inácio era um rapaz de quinze anos que trabalhava como escrevente para o solicitador Borges há quinze dias. A cena se passa na Lapa em 1870. Inácio está sentado à mesa de jantar junto a D. Severina e ouve de cabeça baixa os impropérios de Borges sobre os seus erros cometidos naquele dia. Embora seu desejo fosse o de fugir, uma força maior o mantinha preso à casa: a imagem dos braços de D. Severina.

Um dia, após o jantar, D. Severina olhando para Inácio começou a desconfiar do comportamento do rapaz em relação a ela. Tinha razões para isso: Inácio não era mais uma criança, ela era uma mulher ainda bonita e as constantes distrações do rapaz no trabalho.

A partir daí começou a mudar o seu comportamento. Começou a tratá-lo secamente; a falar áspero com ele. Inácio percebeu essa mudança em D. Severina. Pensou em sair mas os braços de D. Severina não deixaram.

Os dias vão passando e o romance velado vai aos poucos deixando sinais visíveis no comportamento de Inácio, mas também em D Severina. Ela começa a perceber no menino, traços de rapaz formoso. Passam a trocar olhares discretos, pequenos sorrisos furtivos e coração dispara. D Severina passa a tratá-lo com carinho e uma atenção que não tinha.

Um domingo, Inácio deitou-se na rede e dormiu. Viu a imagem de D. Severina sair da parede. Mas D. Severina estava, na verdade, na sala da frente. Seu marido tinha acabado de sair e ela foi sentar-se no canapé. Estava agora sozinha em casa com Inácio. Isso a deixou agitada, inquieta. Lembrou-se que Inácio almoçara mal e tinha o ar abatido. Podia estar doente. Dirigiu-se então ao quarto de Inácio encontrando a porta aberta. Sentiu o seu coração bater forte. Mirou-o lentamente, fartou-se de vê-lo. Ao mesmo tempo que o achava uma criança achava-o bonito, muito mais do que acordado. E assim, aconteceu as duas bocas se uniram e os braços de ambos se cruzaram. Inácio sonhava com a mesma cena.

Com medo de que Inácio acordasse D. Severina saiu dali correndo. Nos dias seguintes as coisas mudaram na casa. Passados mais alguns dias, Borges mandou-o embora.

Inácio quis ainda se despedir de D. Severina no que foi desaconselhado por Borges por estar a senhora com dor de cabeça. Mesmo passados muitos anos e várias experiências amorosas, nenhuma sensação se igualou à daquele domingo. Até hoje, Inácio acredita que viveu apenas um sonho, um simples sonho.

Fonte: Rede Record

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